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O cenário macroeconômico brasileiro apresenta uma dinâmica complexa, com indicadores em direções distintas. A performance da balança comercial e a resiliência do mercado de trabalho contrastam com a inflação persistente e a trajetória ascendente da Selic. A depreciação cambial, com o real ultrapassando R$6,00 por dólar e projeções de continuidade em 2025, adiciona volatilidade. Para agentes econômicos, especialmente empresários e gestores financeiros, a compreensão dessas interações é crucial para a gestão do crédito e do risco.

A inflação permanece um ponto focal. Apesar das projeções do Banco Central de desaceleração gradual do IPCA (4,99% para 2025), as pressões inflacionárias subjacentes geram apreensão. Isso se reflete nas expectativas para a Selic, com revisões altistas acima de 15% ao ano, impactando a estrutura a termo das taxas de juros, o custo do crédito e a alocação de capital.

O mecanismo de transmissão da política monetária opera via Selic. O Banco Central, buscando a meta de inflação, utiliza a Selic. A elevação da taxa básica visa conter a demanda agregada, encarecendo o crédito e estimulando a poupança, buscando arrefecer as pressões inflacionárias. Contudo, essa estratégia implica em um trade-off, com potenciais impactos negativos sobre a atividade econômica, onerando o custo do capital e desestimulando investimentos. A consequente elevação das taxas de juros onera o serviço da dívida das empresas, dificultando o acesso a crédito e exigindo gestão financeira conservadora e planejamento estratégico cauteloso.

A balança comercial tem apresentado resultados positivos, com destaque para o superávit de US$ 74,6 bilhões em 2024, o segundo melhor histórico. Esse resultado decorre da dinâmica favorável dos preços das commodities e da resiliência das exportações. O superávit contribui para o fortalecimento das reservas internacionais e a estabilidade cambial, impactando positivamente as condições de crédito.

O saldo positivo sinaliza maior capacidade de geração de divisas e cumprimento de obrigações externas, influenciando positivamente a percepção de risco-país e reduzindo o spread cobrado nas operações de crédito. Empresas exportadoras, com receitas em moeda estrangeira, podem acessar crédito com condições mais vantajosas, mitigando a alta da Selic.

O mercado de trabalho apresenta sinais de recuperação, com desemprego em 6,2% em outubro, o menor patamar histórico. A geração de empregos, impulsionada pela retomada da atividade, contribui para o aumento da massa salarial e o consumo.

Contudo, a Selic e a inflação representam riscos para essa recuperação. O encarecimento do crédito pode desestimular investimentos e a criação de vagas. A erosão do poder de compra pela inflação pode afetar negativamente o consumo e a demanda. A dinâmica do mercado de trabalho permanece condicionada ao cenário macroeconômico e à eficácia das políticas monetária e fiscal.

A depreciação do real frente ao dólar, ultrapassando R$6,00 e com projeções próximas a R$7,00 em 2025, adiciona complexidade. A desvalorização cambial pressiona os preços internos, encarecendo importados e matérias-primas. Esse efeito intensifica as pressões inflacionárias e dificulta o trabalho do Banco Central. A volatilidade cambial aumenta o risco cambial para empresas com comércio exterior ou dívidas em dólar, exigindo hedge e gestão de risco robusta.

O cenário brasileiro para 2025 exige gestão estratégica e análise criteriosa dos riscos e oportunidades. Em momentos de incerteza, a adaptação e estratégias proativas são cruciais. Gestão eficiente do crédito, diversificação das fontes de financiamento, monitoramento dos indicadores e hedge cambial são essenciais para mitigar riscos e garantir a sustentabilidade dos negócios.

 

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