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O segundo trimestre de 2025 está sendo marcado por um ritmo mais lento na economia brasileira. A expectativa é de crescimento de apenas 0,5%, refletindo uma desaceleração perceptível após um início de ano mais aquecido. Por trás desses números, há um cenário complexo com quedas na agropecuária, inflação ainda resistente e política monetária apertada. Mas em meio a esse panorama de cautela, o crédito empresarial se mostra como uma das engrenagens mais promissoras para impulsionar o crescimento.

Ao mesmo tempo, a política monetária segue rigorosa. A taxa Selic, mantida em 15% ao ano, permanece alta como resposta ao descumprimento da meta de inflação tanto em 2024 quanto em meados de 2025, como reconheceu o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. Isso significa que o custo do dinheiro segue elevado, impactando decisões de investimento.

A entrada em vigor das novas regras de IOF, com alíquotas mais elevadas para operações de crédito, foi recebida com atenção pelo mercado. Apesar do impacto inicial, a medida cria uma estrutura tributária mais uniforme entre pessoas físicas e jurídicas, o que pode trazer maior previsibilidade e segurança para planejamentos financeiros. Essa transparência é um elemento-chave para que empresas sigam crescendo com estrutura e confiança.

Além disso, novas iniciativas mostram o papel ativo do Estado e dos órgãos reguladores em viabilizar o acesso ao crédito. Um exemplo disso é a linha especial criada para empresas afetadas pelo recente tarifaço com taxa máxima de Selic + 5%, carência de até 24 meses e limite de contratação de até 30% da receita bruta anual. É uma resposta direta a um desafio conjuntural, mas também um sinal de que parcerias público-privadas são possíveis quando o objetivo é manter a engrenagem econômica em movimento.

Outro avanço importante veio da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), com a nova norma que entrará em vigor em janeiro de 2026: o Regime FÁCIL. Voltado para PMEs com faturamento de até R$ 500 milhões, ele cria um ambiente mais dinâmico, acessível e favorável à inovação. Com isso, pequenas e médias empresas poderão acessar o mercado de capitais com menos barreiras e mais agilidade, desbloqueando possibilidades antes restritas a grandes corporações.

Mas crescimento sustentável exige também responsabilidade. Um alerta importante veio à tona com a Operação Carbono Oculto, deflagrada no fim de agosto, que escancarou vulnerabilidades sérias no ecossistema financeiro alternativo. A investigação revelou a atuação de instituições clandestinas entre elas, o BK Bank e o Bankrow  que se passavam por fintechs legítimas, mas na prática operavam como empresas de fachada, sem qualquer regulação ou vínculo com entidades oficiais do setor.

Essas “pseudo-fintechs” ofereciam supostos produtos financeiros com promessas de retorno rápido e sem burocracia, atraindo principalmente pequenas e médias empresas em busca de crédito mais acessível. No entanto, tratava-se de esquemas de fachada, que mascaravam atividades criminosas e colocavam em risco tanto o mercado quanto os próprios empresários que, muitas vezes por desinformação ou urgência, recorriam a essas soluções.

Em resposta a esse cenário, o setor vem avançando na regulação. Recentemente, as fintechs passaram a ser incluídas nas mesmas obrigações de reporte tributário que os bancos tradicionais, incluindo operações via PIX e carteiras de pagamento. A medida fortalece a transparência e cria um padrão de responsabilidade que beneficia todo o ecossistema. Como declarou a ABFintechs, “a atualização vem em um bom momento, mas já era necessária há bastante tempo”.

O cenário, portanto, é desafiador, mas não paralisante. É nesse espaço entre o realismo e a ambição que o crédito empresarial se insere: como ferramenta para agir, desbloquear barreiras e ampliar horizontes.

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